
Embora ele receba todo o peso de nossas cabeças e amenize os problemas que carregamos em nossas mentes ao repousarmos sobre ele, muitas pessoas não dão a atenção necessária ao travesseiro e desconhecem sua importância para um sono tranquilo e reparador. Dormir com um travesseiro inadequado pode gerar sérias consequências, a maioria de ordem ortopédica; torcicolos, dores lombares e na coluna cervical são apenas alguns deles.
Ao dormirmos com coluna, tronco e cabeça alinhados, ajudamos o organismo a executar uma livre circulação sanguínea e dos estímulos elétricos enviados pelo cérebro aos órgãos do nosso corpo.
Nas lojas do ramo há uma grande variedade de tipos e modelos. O cliente pode optar pelo o que achar melhor, mais confortável, mas deve observar alguns detalhes fundamentais: alto ou baixo? Espuma ou penas de ganso?
A principal função do travesseiro é alinhar a cabeça com a coluna cervical durante as horas em que passamos deitados — que, aliás, corresponde a um terço do nosso dia (considerando as 8h de descanso recomendadas pelos médicos, suficientes para repor as energias).
Além do tipo de travesseiro correto, também deve-se aprender a forma certa de utilizá-lo. De lado, de bruços ou com a barriga para cima: cada estilo requer uma forma correta de uso, para que a cabeça não fique em um nível diferente do restante do corpo.
A fisioterapeuta Aline Brito recebe em seu consultório pacientes com queixas de torcicolo e dores de coluna “aparentemente” sem um motivo . Porém, após uma investigação mais detalhada é constatado o uso inadequado do travesseiro.
Para corrigir o problema, o paciente é submetido a sessões em equipamentos especiais, como a mesa de tração (“para aumentar o espaço entre as vértebras”) e a mesa de descompressão (“para aumentar a movimentação da coluna”).
A origem do travesseiro está ligada aos egípcios, que costumavam dormir com um apoio feito de pedra na cabeça. O costume se espalhou pelo oriente e foi sendo aperfeiçoado, até tornar-se macio e confortável, sendo confeccionado em materiais e formatos diversos, ao gosto de cada cultura.
Uso inadequado do travesseiro pode gerar sequelas
Muita gente não dá a devida importância a esse pequeno acessório da chamada roupa de cama, mas usar o travesseiro para dormir pode evitar muita dor de cabeça. A fisioterapeuta e educadora física Aline Brito esclarece ter o travesseiro a função primordial de alinhar a coluna cervical e o pescoço durante o sono, mantendo o equilíbrio também dessas partes com o tronco. “Uma postura incorreta ao dormir e o uso de um tipo errado de travesseiro podem interferir na qualidade do sono, que é essencial para a nossa saúde.”
O uso de um travesseiro inadequado pode trazer sérias consequências aos seus usuários, principalmente de ordem ortopédica. Entre os problemas mais frequentes estão torcicolo na coluna cervical, tendinite do quadril, aumento das enfermidades da região lombar deslocamento do disco entre as vértebras, sem falar no comprometimento do sono.
A fisioterapeuta comenta que muitas pessoas não relacionam dores no pescoço ou na coluna com o uso inadequado do travesseiro. “Tenho um paciente que está com torcicolo porque o travesseiro dele caiu durante a noite e ele ficou dormindo com a cabeça caída, sem apoio”, diz Aline Brito, que concorda ser o travesseiro um elemento essencial para a qualidade do sono, embora as pessoas muitas vezes não confiram-lhe a devida importância.
A postura é outro fator fundamental ao bom sono, aquele reparador. Aline Brito exemplifica as três posições mais comuns de dormir e o uso correto do travesseiro. No decúbito dorsal (de barriga para cima), o travesseiro deve ser fino afim de preencher o espaço entre a nuca e o pescoço.
“É importante ter um também embaixo do joelho para evitar lordose. Nesse caso pode ser um maior.”
O decúbito lateral (dormir de lado) é a postura ideal para a coluna. Nesse caso, o travesseiro deve preencher o espaço entre o pescoço e o ombro, evitando assim a queda da cabeça. Usa-se, então, um travesseiro fino entre os joelhos. Já o decúbito ventral (de barriga para baixo) é considerada a pior posição para dormir. “E só deve ser adotada quando não há outra solução, como em casos de cirurgias recentes”, diz a fisioterapeuta.
Nesse caso, ela recomenda colocar um travesseiro embaixo do quadril. “Mesmo assim, essa posição dá torção no pescoço.”
Cuidando do travesseiro
Para manter o travesseiro sempre livre de ácaros e fungos é necessário tomar alguns cuidados. A principal medida é trocá-lo a cada dois anos. Dessa forma, é possível evitar reações alérgicas provocadas por os micro-organismos. Nas lojas especializadas, pode-se comprar travesseiros próprios para os alérgicos, com propriedades antibacterianas.
Em tempo: em seis meses, um travesseiro pode acumular até 300 mil ácaros. Uma boa dica é usar capas e lavar as fronhas com regularidade. Não é indicado, porém, expor o acessório ao sol pois diminui a resistência da espuma e reduz sua vida útil.
A escolha certa
As consequências de uma noite de sono com um travesseiro errado vão desde dores musculares a doenças cardiovasculares, diabetes e infecções, segundo a especialista em Ergonomia do Sono, Simara Rodrigues Bueno, em declaração dada ao site www. meutravesseiro.com — dedicado apenas ao produto e suas implicações de uso.
A fisioterapeuta Aline Brito diz não haver um tipo ideal de travesseiro como padrão. “O bom é aquele que possui a altura e a densidade adequadas para cada pessoa.” Ela, porém, não recomenda ousar o “da Nasa” nem o de pena de ganso por não oferecerem sustentação adequada à cabeça de quem dorme.
Nas lojas, os preços variam de acordo com cada tipo, modelo e marca dos travesseiros, podendo chegar até próximo dos R$100.
Alguns estabelecimentos têm profissionais preparados para esclarecer as dúvidas dos clientes e orientá-los na hora da compra. “Fomos treinados para indicar o travesseiro correto. As pessoas deviam se preocupar mais com isso, afinal é a primeira coisa que pegamos quando deitamos para dormir”, comenta Ivanildo Pereira, gerente de uma loja do ramo de colchões e travesseiros. De acordo com ele, o modelo de viscoelástico, mais conhecido como espuma da Nasa, é o tipo mais vendido no momento. “A espuma é mais resistente e macia, além de se moldar de acordo com o peso da cabeça.”
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